domingo, 16 de março de 2008

A ditadura

Foi com muito agrado que recebi a notícia da iniciativa dos Repórteres sem Fronteiras em promover o dia internacional da liberdade de expressão através de um movimento contra a liberdade de opinião na internet, fenómeno que ocorre em diversos países. Existem, inclusive, diversos cibernautas presos apenas pelas suas posições opostas ao regime vigente no país onde se encontram, e vários blogs e fóruns terão mesmo encerrado por esta razão.

A Unesco, organização da ONU para a educação e cultura, terá mesmo apoiado esta iniciativa até à véspera do dia do acontecimento, momento em que resolveu retirar-se. As razões, segundo consta, devem-se ao facto dos RSF terem colocado no seu site o nome de alguns dos Estados autoritários, acção esta contrária ao acordo firmado entre as partes.

Eu perante esta situação só posso apoiar os RSF e acusar a UNESCO de cobardia. A ditadura parece ter chegado também à ONU, ou não fosse um dos membros permanentes do Conselho de Segurança a poderosa CHINA!

http://www.rsf.org/

quinta-feira, 13 de março de 2008

A ciência de um bom assado.

Na cadeira de análise de dados, o professor pediu-nos para elaborarmos um comentário acerca de um artigo sobre uma fórmula encontrada para assar da melhor maneira um perú. Eu respondi ao desafio, e não faço a mínima ideia se era isto que ele pretendia ou se o meu pensamento está correcto. Sei apenas que estou cheio de sono e contente por já ter acabado o trabalho que será entregue hoje de manhã.

Achei engraçado colocar o texto, até porque a imaginação tomou conta de mim e o resultado foi este.

A ciência de um bom assado

A matemática ou ciência do raciocínio lógico está sem dúvida presente no universo e na natureza sob as mais diversas formas, como atesta Galileo ao afirmar que, o "Universo (...) não pode ser compreendido a menos que primeiro aprendamos a linguagem no qual ele está escrito". Como linguagem, Galileo referia-se obviamente à matemática. O matemático russo Lobachevski afirmaria mesmo que não existe qualquer ramo da matemática "que não possa vir a ser aplicado, mais cedo ou mais tarde, aos fenómenos da vida real". Mas estarão eles correctos?Sem dúvida, se a matemática não domina a totalidade dos fenómenos naturais, pelo menos para lá caminha.Mas será que responde mesmo a tudo?

Temos teoremas, números como o pi e mesmo uma sucessão de Fibonacci na natureza assim como uma equação que deu origem à teoria da relatividade.Com tudo isto, é óbvio que seria descoberta a fórmula de um bom assado. Não que isso tenha especial relevância para os cozinheiros que eu conheço, mas ainda assim é interessante. Todavia gostaria de desafiar os matemáticos a representarem o comportamento humano e os sentimentos inerentes á sua condição através de cálculos. Poderão até argumentar que há pouco tempo foi publicada em jornais e revistas a fórmula do amor. A mim não me convenceu.

Se no estudo do comportamento dos Estados, na disciplina de Relações Internacionais, as fórmulas revelaram-se ineficazes, quanto mais aplicadas ao ser humano. E quanto ao perú assado, para mim é-me indiferente quem o prepara, seja um cozinheiro com medidas instintivas ou um matemático, porque o que eu quero é ser bem servido e feliz. Infelizmente a fórmula da felicidade ainda não foi inventada.

quinta-feira, 6 de março de 2008

A vida é uma poesia

Influenciado pelas minhas últimas leituras de António Aleixo, parece que agora até raciocino em versos. E aparecem sem aviso quais ninjas assaltando o meu cérebro.

Passarei agora a escrever no blog algumas das quadras que produzo. Esta surgiu-me espontaneamente enquanto tentava adormecer.

A vida é uma poesia,
Mais precisamente uma quadra
Revezam a tristeza e alegria
Tal qual a rima cruzada.

domingo, 2 de março de 2008

Reflexão, melancolia e António Aleixo

A todos os fiéis leitores do nosso blog( serão muitos?), endereço desde já as minhas mais sinceras desculpas pelo tempo de inactividade. Foi um período de exames e de muito esforço cerebral,pelo que, os neurónios não conseguiram conciliar o estudo de matérias com a produção de artigos para o Res Comunii.

Esta foi também uma oportunidade de reflexão para mim, da qual obtenho melhor desempenho nas horas nocturnas, acompanhado da minha amiga melancolia. E quando eu convido a melancolia, a reflexão e António Aleixo para uma reunião, o resultado é um texto profundo. Talvez não tão profundo como os bolsos do presidente de Angola entre outros senhores, mas ainda assim profundo.

A poesia do grande poeta António Aleixo é em grande parte dirigida para a sociedade de inicíos e meados do século XX e para os seus podres, o que me proporciona um misto de divertimento e espanto, não só porque muitas das suas quadras satíricas são piadas subtis fabulosas, mas também porque são aplicáveis à sociedade portuguesa do século XXI. Contudo também escreve sobre a sua vida difícil e sobre a sua amargura,o que emociona. Encontro portanto diversas pontes entre os versos e as opiniões deste artista com as minhas.

Vou começar por uma quadra que tocou-me de forma especial porque faz um retrato idêntico ao meu na forma de ver a minha vida. Não era capaz de exprimir de outra forma o que esta quadra transmite.

"Eu não tenho vistas largas,
nem grande sabedoria,
mas dão-me as horas amargas
lições de filosofia."

António Aleixo



Ultimamente tenho reparado, e sem querer citar nomes, o quão arrogantes e elitistas as pessoas conseguem ser. Pensam que ou por pertencerem a uma classe social superior, ou por deterem um elevado grau de habilitação ou simplesmente pela cor da sua pele, podem pisar, desrespeitar e prejudicar quem quiserem. Esquecem-se que o nível de humanidade(tão raro nos dias que correm) constitui também um factor relevante no carácter e personalidade de um indivíduo. Tenho a impressão que estes eram dos alvos preferidos do poeta algarvio, tão numerosas que são as estrofes dedicadas a este tipo de pessoas.Citarei apenas algumas.

"Uma mosca sem valor
poisa, c'o a mesma alegria,
na careca de um doutor
como em qualquer porcaria."



"Porque o mundo me empurrou,
caí na lama, e então
tomei-lhe a cor, mas não sou
a lama que muitos são."



"Enquanto o homem pensar
que vale mais que outro homem,
são como os cães a ladrar,
não deixam comer, nem comem."



"Quando um "pipi" te falar,
Repara no seu olhar...
Verás que, com tanto brio,
O que é moral, ignora;
tudo o que tem, tem por fora;
por dentro é oco, vazio..."



"Eu não sei porque razão
certos homens, a meu ver,
quanto mais pequenos são
maiores querem parecer."

António Aleixo


Como estudante de ciência política e consequentemente um observador da sociedade, gosto de ler sátiras sociais. António Aleixo retrata muito bem os anos da sua vivência e inconscientemente descreve também a sociedade actual.Vejam lá se não concordam.

"Diz, padre que leis são essas
Que servem p´ra ti somente...
tu confessas toda a gente
E à gente não te confessas...
Diz porque tanto te interessas
Nesses segredos que encobres,
Porque que é que não te descobres
Nos jornais ou num sermão,
Dizendo porque razão
Morre um pobre e não há dobres?"

"Se andas comigo á pancada,
A justiça comprarás...
arranjas um embrulhada,
Que vou preso e tu não vás." ( A justiça continua a favorecer os órgão do Estado ou
figuras com representatividade a nível nacional).

"Há tantos burros mandando
Em homens de inteligência,
Que ás vezes fico pensando
Que a burrice é uma ciência!" (Aposto que ao lerem isto,um nome surgiu de imediato).

António Aleixo

Existem muitas outras sobre os mais diversos temas que por motivos de cansaço não serão colocadas.No entanto, espero, num futuro próximo, vir a fazer um post exclusivo da vida e obra de António Aleixo, porque ele merece. Tem sido um grande companheiro da melancolia e refexão que me têm assolado. Para terminar em beleza deixo-vos mais uma quadra.

"Quando os homens se convençam
que a força nada faz,
serão felizes os que pensam
num mundo de amor e paz."

António Aleixo







P.S: Devido ao cansaço, é possivel a existência de certos erros nomedamente de pontuação. Posteriormente, e com a maior brevidade possível, tratarei disso.

P.S 2: António Aleixo não é da minha família. Nem aprecio a sua poesia por ele ter o mesmo apelido que eu. Adoro a sua poesia porque é simplesmente genial.

P.S 3: Se quiserem sugerir algum tema ou tópico a ser abordado no blog, enviem para fred_f_al@hotmail.com.

sábado, 29 de dezembro de 2007

R.I.P. Benazir Bhutto - The Daughter of East

É com muita pena minha que assisti à morte da ex-primeira ministra e de novo candidata ao cargo Benazir Bhutto. O contexto da seu falecimento assemelha-se mesmo a uma partida do destino tais são as coincidências que contém. O seu pai (também ex-primeiro ministro Zulfikar Ali Bhutto)foi assassinado depois de deposto pelo general Muhammad Zia Ul-Haq e a sua morte ocorreu no seu retorno depois de um comício no Parque Liaquat, parque este que deve o seu nome a mais um ex-primeiro ministro assassinado em 1951, Liaquat Ali Khan.

Para o público que não tenha ainda investigado acerca da vida e obra desta senhora, este trágico acontecimento ditou o fim de uma mulher honesta que sempre lutou pela democracia e liberdades individuais.Este juízo de valor não é totalmente descabido mas também não corresponde à inteira verdade. O seu trajecto está envolto em polémica e inundado em contradições.

Benazir Bhutto (Karachi, 21 de junho de 1953 — Rawalpindi, 27 de dezembro de 2007) estudou ciência política em Harvard e Oxford onde obteve grande desempenho tendo sido inclusive a primeira mulher asiática a ocupar o cargo de presidente da Oxford Union. Mas a morte do seu pai precipitaria o seu regresso ao Paquistão.

Após a sua chegada, Benazir assume juntamente com a mãe a liderança do Partido Popular do Paquistão. Mas o totalitarismo que por lá se vivia ditou a sua prisão e o regresso ao Reino Unido desta vez no contexto de exílio. Só em 1986 com a legalização dos partidos políticos a conjuntura afigurou-se favorável para o seu segundo retorno.

Já no país natal, Benazir conseguiu mesmo chegar a primeira ministra por duas vezes conseguindo ser a 1ª mulher no cargo de chefe de governo de um Estado muçulmano moderno, sendo que em ambas as situações foi destituída pelos Presidentes responsáveis de cada periodo alegadamente por corrupção e outras ilegalidades. Os seus dois mandatos ficaram marcados pela amigabilidade em relação ao Ocidente, aos direitos humanos e às mulheres, embora sem medidas significativas que rumassem nesse sentido, e por uma relação de apoio com os talibans aquando do derrube do presidente Burhanuddin Rabbani por parte destes. Voltou a exilar-se em 1999 desta vez por iniciativa própria após tomada de poder por Pervez Musharraf de onde só regressou já em 2007 no dia 5 de Outubro através de uma amnistia concedida pelo próprio Musharraf. Pelo meio, em 2004 envolveu-se num caso com as justiças paquistanesa e suiça, no primeiro caso por lavagem de dinheiro e no segundo por
recebimento ilícito de dinheiro das empresas suíças Société Générale de Surveillance (SGS) e Cotecna Inspection SA de forma a conseguirem contractos de inspecção de mercadorias nas alfândegas paquistanesas sem recorrer a concurso público.

Na sua última estadia no Paquistão até à data, Benazir Bhutto lutava pela demissão de Pervez Musharraf do governo acusando-o de desrespeitar a democracia. Era uma séria candidata ao cargo ocupando talvez a oposição mais forte ao regime vigente. Existem diversos suspeitos do atentado, e embora não existam conclusões evidentes divulga-se que a autoria provavelmente pertencerá a uma célula da Al-Qaeda devido à posição de Benazir contra o fanatismo islâmico. Na minha opinião muitos ficariam a ganhar se este incidente ocorresse, sendo por isso difícil a selecção de um culpado em particular.

Posso assim concluir que muito embora detivesse inúmeros episódios obscuros, o Paquistão perdeu uma das fortes esperanças do estabelecimento da democracia no país e da luta contra o extremismo religioso, o que me leva a afirmar que Pervez Musharraf continuará com o seu regime totalitário e com uma luta nada determinante em relação ao terrorimo recorrente no país.

sábado, 8 de dezembro de 2007

Diferença entre músicos e artistas

"A música expulsa o ódio dos que vivem sem amor. Dá paz aos que não têm descanso e consola os que choram. Os que se perderam encontram novos caminhos, e os que tudo rejeitam reencontram confiança e esperança".
Pablo Casals


Esta citação do músico espanhol Pablo Casals permite-me introduzir o assunto que quero abordar. Porventura pela primeira vez desde a criação do fórum vou falar acerca da música, mais precisamente da diferença entre um músico e um verdadeiro artista.Mas qual será a diferença?

Inversamente ao que muitos pensam, eu não considero que alguém com boa voz seja automaticamente um bom cantor e um bom músico. Para mim existe um factor X que permite-nos entrar no mundo em que o cantor se encontra, num mundo à parte. Esse factor dá pelo nome de sentimento.

Neste momento muitos estarão a questionar-se. Mas tendo uma boa voz, automaticamente não transmite sentimento? Na minha opinião: NÃO!

O cantor, o trompetista ou o pianista podem executar a sua arte de uma forma quase perfeita mas quanto a mim esta não entrará no meu coração e mente se eu não sentir que o músico em questão está a partilhar comigo aquele momento de nostalgia, amor, tristeza ou alegria.

Como prova do que estou a dizer, devemos olhar por exemplo para o mundo do hip-hop, mais precisamente do Rap. Falo deste género musical porque é onde me sinto mais à vontade para falar. Pois é observável que no rap podes cantar como ninguém e possuir um flow incrível, mas se não imprimires o que sentes nas músicas, então não atingiste o auge.

Poderia citar inúmeros cantores-artistas, mas vou focar principalmente a Mariza porque não sendo eu um grande admirador de fado, quando ouço e olho para a Mariza, esta não me deixa indiferente, ela consegue transmitir-nos que está a sentir com imensa alma.

Depois no rap temos dois exemplos flagrantes: Valete e Tupac. Estes dois senhores quando rimam parece que tomaram conta dos nossos pensamentos, ideias e gostos. O Valete consegue tornar-me comunista naqueles minutos de duração de uma música dele, assim como o Tupac que me faz sentir um renegado da sociedade com uma vivência difícil.

E é este o poder da música quando sentida, é este o poder a que Pablo Casals se refere. No entanto discordo dele quando afirma que ela só nos cria sentimentos positivos. Muito pelo contrário, a música é tão poderosa que consegue infiltrar-nos tudo o que vai na alma de um artista, porque se a intenção for violenta, ela torna-nos violentos. Tudo depende da capacidade do artista, sim do artista e não do músico muito bom tecnicamente, porque só o primeiro conseguirá fazer-nos rir, chorar, acalmar ou reflectir.

NOTA: Como é óbvio a Mariza tem uma voz mágica, assim como o Tupac e o Valete têm flows poderosos e não deixam de ser um exemplo do que escrevi. Não quero criar uma cisão entre excelentes cantores sem o factor X e cantores medianos com grande personalidade nas suas canções. É óbvio que se cantarmos muito bem acompanhados de uma capacidade de grande comunicação com o público, tanto melhor.

Aqui ficam os vídeos de alguns músicos artistas.

Valete - "Anti-herói"



Tupac - "Life goes on"



Mariza - "Gente da minha terra"



Clã - "Problema de expressão"



Metallica - "Nothing else matters"



Queen - "Who wants to live forever" - Por sugestão de um amigo meu, e com razão, deixo aqui um vídeo dos Queen. Sem dúvida que foi um lapso imperdoável deixar de fora estes génios da música. RIP Freddie Mercury.

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Metaforicamente: "Negociações falhadas e/ou jogadores com bons contactos!?"



O que é preciso é procurar representar um clube que jogue na Champions League. No entanto, só foram aparecendo clubes como Panathinaikos, que vão jogando na Taça UEFA. Vão dizendo que há qualidade, mas não sei...



Por enquanto o que calhou, veja-se o tremendo desalento, foi um clube como, ou pior, que o Trabzonspor, da Turquia
. Clube esse que não transmite qualquer intenção para que alguém pense sequer em se vincular, mesmo apesar das várias propostas descaradas que foram chegando.


Mas o que é que faz mais impressão? É ver jogadores de muito baixa categoria a representar clubes com grande qualidade, como é o caso do John O'Shea, no Manchester United!